terça-feira, 1 de maio de 2012
vozes do mundo
joão evnagelista rodriuges agosto de 1980
meu verso não canta por si mesmo
a vida é que nele canta
e em si cantando
nele se transforma
a vida em mim
versi-fica e fere
na flor da pele
comum jardim
meu verso não fala por si mesmo
a vida é que nele fala
às vezes canta
quase sempre cala
o verso em mim
vivi-fica e flora
flor de marfim
que na palavra mora
meu verso não vale por si mesmo
a vida é que nele vale
na parte mais sofrida
que da História se exilou
a História em mim
fruti-fica e fala
presente verso
ferido a bala
meu verso não vive por si mesmo
a vida é que nele vive
na morte varia
da operaria construção
no meu verso a vida
voci-fera em vão
se não for manhã na palma da mão
do livro "O Avesso da Pedra"
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